(gentileza de Amélia Pais) Com um só fósforo ilumino o infinito. E muitas vezes o infinito é algo muito próximo, um livro, uma chávena de chá, o teu rosto escondido na penumbra, o retrato de alguém desconhecido que de uma praça, acena, um fio de tabaco, um monograma num lenço muito branco. O infinito o mais das vezes é não mais do que o que toca o coração, uma leve poeira pelo ar, um ponto fixo que a mão ousa tocar, esta chama que de repente amplia a escuridão e me torna visível a quem passa e no clarão acende o seu cigarro. Amadeu Baptista