Não é do sono que nasce nem de obscuras palavras mas da luz que me ilumina os braços, olhos e face. Nasce de estranhos presságios submersos nos meus sentidos esta encantação de pássaros que voam da minha fala. Nasce talvez dos meus gestos de recônditos segredos e são as minhas secretas alegrias e meus medos. São meus transes, meus instantes que me possuem com a beleza de extrair corpos e plumas das tábuas da minha mesa. São minhas múltiplas horas de alucinados prazeres em que me assistem transidos o anoitecer e as auroras. Ah dom de inventar-me alado e voar com os meus vocábulos sem espaços que limitem meus pés no chão repousados. F. Castro Chamma