Invasão
Com que direito
invades minhas praias
e me arrebatas
em cavalos marinhos
pisando conchas
saltando córregos?
Com que direito
me mostras canções
e brilhas luar
que finjo não ver e
não quero escutar?
Com que direito
sopras,
vento desconhecido
redemoinho,
veste transparente
cobrindo a minha nudez?
As palavras
ferem,
marcam,
permanecem:
pedras moldadas
pelas águas
que as banham.
Por isso
te pergunto:
por que ousas
invadir minhas praias
e penetrar-me
concha,
abrigando-te
dos ventos terrestres?
Regine Limaverde
Publicado em 20 de Junho de 2007