A noite é negro-azul furada pelos Brilhos finos e límpidos dos astros. Círios, cristais, pórfiros, alabastros Sons de violinos e de violoncelos. Em suas paredes sobem setestrelos Buscando, fascinado, nos seus rastros Além das luzes rubras de altos mastros Segue este amor, dos mais puros e belos... Mais tarde, o amor apaga todos os brilhos, Sopra forte e tenaz, navega os trilhos Dos prédios, ondulando as doces águas. E Amor perdura, e clara imagem cresce Na ventania que não arrefece Na noite negro-azul, pura e sem mágoas... Áureo Mello