Olhamos à volta e não sabemos bem do que se trata. As mãos estão imóveis há algum tempo. É dentro delas que cabe tudo o que é nosso. O rumor que chega com o vento torna-se maior ao repararmos agora nas folhas. Alguém principiou a chamar-nos e é devagar que repete o mesmo nome, como se houvesse nos olhos qualquer sombra porque assim é tudo o que se ignora. Ao longe só ele pôde ver como estão os caminhos separados e as ondas se dirigem ao encontro de outras praias. Ficou ali suspensa uma luz desconhecida, agora recortada pela neblina que veio com a manhã: quem se encontra sozinho talvez conheça melhor o seu segredo. De novo se fecharam as nossas mãos. Há uma árvore que desperta com a sua forma pesada e simples. Fernando Guimarães