Não direi do desgaste a que me exponho no trabalho e suor de me conter sob muros agressivos e silêncio cuja acidez dentro de mim escalda e me castiga as vísceras e a pele. Darei parcos indícios dessa algema que vai mordendo, abutre, o sangue e os nervos e me abate e renasce ao infinito. Percebo presos ao asfalto os pés e, feras, sobre mim convergem brasas rugindo. E pedregulhos, galhos de árvore, limitam-me a visão e me povoam a memória de cifras e destroços. Fernando Py