(gentileza de Amélia Pais) fazer poesia é uma forma de jardinagem: manipular as plantas, as coisas vivas. umas fenecem, outras surpreendem-nos ao acordar, pela carne que discretamente desenvolveram durante a noite, pelo tacto de veludo, pela luz que parece vir do seu centro. às vezes, há uma flor que pende no meu escritório, e eu diria perdida. e subitamente, a mesma flor ressurge no canteiro da varanda, no lado oposto da casa. fazer é polinizar, provocar efeitos, mas nunca se sabe para que tempo, nem a que distância. Vítor de Oliveira Jorge