O risco é o do horizonte: aqui – princeps – em ponta fina. Além, é o precipício onde, cerce, termina a peripécia do som e se inicia a linha da voz pontilhada e no limite. Ao longe versos longos e lentos como barcos viajam ao largo, fora do alcance da mão: nuvens navegantes naus sem flâmulas algas ou algumas frases nuas na linha do horizonte que naufragam e fracassam um instante antes de falar. Presas em flagrante as frases naufragadas não anunciam nada. Não navegam em nenhuma nave: soçobram os sentidos prestes a se afogarem como as pedras sem a casca da voz à margem longe da costa. Armando Freitas Filho