certas noites a névoa invade tão densa tudo que impede ver o outro lado da baía não apenas a linha do horizonte ou o corpo das montanhas ou mesmo o espaço de mar e as ilhas interpostas que toda noite quase ocultos já tendem a se tornar mera hipótese salvo a brisa e o que nela há de memória e suposição mas sobretudo os faróis suas luzes intermitentes ora pontuações do silêncio ora suturas de uma arquitetura sem limites sem traves volumes insuspeitos opacos sim um tudo desmesuradamente nada Júlio Castañon Guimarães