Os poetas suicidas
(Empédocles, Cesare Pavesi,
Maiakovski e os outros)
Os emblemáticos poetas suicidas
em áspera vereda.
As mãos a arrastar os estigmas,
retinas flutuantes, sem norte.
Os estribilhos e seus sinos desvairados.
O estro onde o belo, a abrir-se,
detona sob os pés,
rumo às fímbrias do azul.
O incandescer do cérebro
ao ressoar dos mitos e legendas.
Os fragmentos do ser
sugados por lavas e galáxias.
Os poetas suicidas singram
amplidão de estrofes
e expelem mensagens do ignoto
macerando as horas.
Sazonados versos confrangem
sob gumes trágicos.
Seus epílogos e epitáfios,
inebriados, inebriantes.
E abissais.
Joanyr de Oliveira
Publicado em 11 de Julho de 2007