Cantarei a forma exata do teu gesto projetado na memória; a tua sombra, na presença de detalhes onde habito. Cantarei as nuas palmas (onde moram os ventos) na certeza dos teus sonhos nos espaços. Cantarei mares e ilhas portos adeuses em gestos e saudades. O teu silêncio cantarei nos olhos revendo o pôr do sol num cais de pedra. E me farei tranqüilo na escuta dos sons que anunciem teu retorno. Cantarei, mais do que nunca, a tua imagem preenchendo auroras e desejos; as mãos em formas pressentidas, o rosto esculpido em falas e sorrisos. Cantarei a forma exata do teu gesto projetado na memória; teu corpo branco envolto em brumas de sonoras lembranças onde eu me recolho. Humberto Fialho Guedes