Durou muitos anos, aquele verão. Crescíamos sem pressa com o trigo e as abelhas. Com o sol corríamos para a água, à noite num verso de Shakespeare ou na nossa boca uma estrela dançava. Aprendíamos a amar, aprendíamos a morrer. Ao coração pedíamos para escutar o rumor, não do mundo, que ninguém abarca, apenas da brancura de uma folha e outra folha ainda de papel. Eugénio de Andrade