Poemas são palavras e presságios, pardais perdidos sem direito a ninho. Poemas casam nuvens e favelas e se escondem depois no próprio umbigo. Poemas são tilápias e besouros, ar e água à beira de anzóis e riscos. São begônias e petúnias, isopor ou mármore nas colunas, rosas decepadas pelas hélices de vôos amarrados ao chão. Cinza do que foi orvalho, poema é carta fora do baralho, milharal pegando fogo pelo berro do espantalho. Antonio Carlos Secchin