Dos amigos que perdi não falo. Sei que estamos em agosto, mês dos remos escaldantes, sei que há lodo sob as algas, sob a pele. Oblíqua, sei também, a sombra cai sobre as oliveiras. É tempo de içares tuas velas, de ergueres teus guindastes junto ao rio. Disponíveis estão as luzes; preparadas, ermas estão as águas. Preciso de arrumar a casa, rever o sistema, brunir os móveis e o tacto. Preciso de opor o tempo ao tempo. O espaço ao espaço. Albano Martins