A poesia (como descobriste?) é um ser sem origem. A poesia, se há desertos, abriga-se em sua própria sombra. A poesia, ave solitária, recusa o ofertório das palmeiras. A poesia, lobo enrodilhado, oferece a noite a cada uma de suas presas. A poesia tem rugas como a pele de um rio. Adormecem flautas sob rochas antiquíssimas. Carlos Augusto Viana