Fragmentos de portulano para o terceiro milênio
O patrimônio cresceu no anonimato.
Perdeu-se o nome do inventor da roda
de quem fundiu o ferro e do primeiro tecelão.
Trocaram-se por mitos a marca do artesão.
Que importa o autor de dons se são gratuitos?
Onde andará o hausto do primeiro artista
que inoculou sua alma no caniço
e a transformou em música perpétua?
Que benefício acresce o nome à secreta alegria
do poeta que para a eternidade
gravou as renas nas paredes das cavernas?
A quê ou quem aproveita a fama de modernidade?
Benedicto Ferri de Barros
Publicado em 17 de Agosto de 2007