Quebrando na praia, as ondas desfazem o sulco (porventura deixado) pelos barcos que se foram e que poderia servir de pista para irmos em seu encalço. Quebrando assim ao acaso, displicentemente, as ondas desfazem este pequeno equívoco, apagam a última possibilidade. É que o mar não tem caminhos, meu amor, e os mares para onde hoje partimos ainda são nunca d’antes navegados, para nós, pouco versados na posição das estrelas, pouco afeitos ao solstício, aos eclipses e ao plenilúnio. Pouco importa! Velejarei num mar de versos, onde me reconheço, onde o campo é minado e cada palavra sabe a sua cicatriz. Mauro Mendes