Não são nunca de cetim, amarelo cetim, cetim de seda talvez (é possível) os lençóis quando a casa é de lençol, televisão quadrada a olhar para a cama, no canal enigma, e às vezes há uma piscina geriátrica no tecto cadeiras e mesas voltadas ao contrário o vento em baixo a raspar o tejo leite mal passado no frigorífico (porque A Mulher está ausente) e retratos dos filhos a patinar no jardim. Tem quase a tua idade. Imagino, e já não gosto dos bonitos. Melhor é rápido, à esquina só com o lençol de cimento, ou o brusco pesadelo de mãos e pernas torcidas, que não dura, dá vantagem, mas deixa o corpo dorido. António Franco Alexandre