As pequenas cidades intensas Onde o tempo não é dissolvido mas dura E cada instante ressoa nas paredes da esquina E o rosto loiro de Laura aflora na janela desencontrada E o apaixonado de testa obstinada como a de um toiro Em vão a procura onde ela nunca está – É aqui que ao passarmos a nossa garganta se aperta Enquanto um homem alto e magro Baixando a direito o chapéu largo e escuro De cima a baixo se descobre Ao transpor o limiar sagrado da casa Sophia de Mello Breyner Andresen