Dá-me, Apeles, o sangue dos teus dedos e as cores deste mar, espuma ardente em que Vênus ressoa e se reparte entre deuses e bichos, céus e terras, para que a louve, prostituta imensa feita de orgasmo e sol. Pombos e cisnes a conduzem nos braços da Volúpia onde ela exerce, pleno, o seu domínio. Mas, de repente, queda-se cativa de um mortal como Adônis. Tão completa me parece esta deusa que seu brilho tem, sobre nós, a calma perspectiva de uma fúria saciada: um simples nome que a eternidade rútila consome. Jorge Tufic