(encontrado entre papéis esquecidos) Por quanto tempo irradia ainda dentro de nós a energia perdida do outro, deixada sem vontade numa generosidade improvável, entrega involuntária de um penhor que melhor seria não existir? O cuore vivo e invisível, indetectado mas presente no âmago de uma vida que é já outra? Serão precisos sete anos, o tempo da exemplar dedicação, mesmo sem dobro? Sete meses, duas estações cada vez mais indistintas? Sete dias, num pequeno génesis pessoal e intransmissível? Que o tempo, em qualquer medida tenha a caridade de passar. Depressa.