A Ópera do Mundo
A ópera do mundo
Rude, estentórea
Começa a rasgar
As cortinas do quarto.
E as luzes da rua
Romperam a janela
E nas paredes dançam
Uma dança de guerra.
Já ouvimos todos os ruídos
E os olhos se cansaram de ver.
Embora em maus lençóis
Tentamos ganhar
Uns minutos de trégua.
Falta-nos, porém, a chave mágica
Para desligar tanta realidade
A chave de uma câmara secreta
Onde seria possível adormecer
Talvez sonhar.
Samuel Penido
Publicado em 8 de Dezembro de 2007