O que vamos fazer amanhã neste caso de amor desesperado? ouvir música romântica ou trepar pelas paredes acima? amarfanhar-nos numa cadeira ou ficar fixamente diante de um copo de vinho ou de uma ravina? o que vamos fazer amanhã que não seja um ajuste de contas? o que vamos fazer amanhã do que mais se sonhou ou morreu? numa esquina talvez te atropelem, num relvado talvez me fuzilem o teu corpo talvez seja meu, mas que vamos fazer amanhã entre as árvores e a solidão? Vasco Graça Moura