I mas no poema: cada verso, é reverso do verso, diverso no próximo segundo; cada palavra cede seu lugar, chama a outra, que logo apaga, outra chama, reacende sílabas, rimas, sentidos, rios incontidos o poema muda de cor e de nome a cada piscar de olhos, se alonga, se encurta, cada rima some no som que emite e transmite a centelha à outra rima, parelha: corrida de som infinda poemando-se cada versão, tal rima a esmo, reinscritos versos, os ex-certos, nem mais nem menos certos, o mesmo intérmino texto, em eterno palimpsesto o poema é o fazer incompleto, o refazer nunca pronto Aleilton Fonseca