III e o poeta, com seu texto pronto, se já se embebe de elogios eunucos já saliva manifestações de apreço, e a poesia paga o preço o poema publicado: mera marca provisória, impresso para as provas de que se faz a história: é o rastro de um vôo veloz que poesia é rio que recomeça na foz; quando se digita o ponto final, já é hora de apagá-lo que a corrente segue em frente, os seus elos sem intervalo somente em alguns momentos somos o poeta, em vigília e fé: em que a poesia, nosso invento, nos inventa e nos dá a concessão do poema, mero quadro, em interrupção, que ela é onda contínua em nós mesmo se nos deixa sós Aleilton Fonseca