Se eu vos disser que o mar que agora encaro me faz um bem supremo ou mal me ampara, é vero que o seu sal, de gosto extremo, talvez vos teça a fé que me declara ser tão feliz que a morte a mim me esqueça ou sofrimento é só com que deparo. Mas neste mesmo mar, se eu ponho o vento vagando pelas crispas das marolas, haveis de crer que sinto ser mais brando o que já imaginais das priscas horas; o que antes era júbilo é só paz, não passa de um queixume o tal lamento. E se eu não venho a por escuro ou lume na tela que o sentido me extravasa, é que vos trago a forma mais singela de respeitar o céu que vos abrasa: deixando, pra tintura do papel o vosso sentimento que nos une. Jaumir Valença da Silveira