Toda a Luz
este poema
fragmento de estrela
mergulhando em um buraco-negro
na sua extrema agonia
da gravidade presa na palavra
da língua inflamada em gazes estelares
da gangrena da sintaxe e do léxico
de cálculos de astrônomos imprecisos
que o juntar de letras
lapidadas em pedras
é desalento e desterro
e estas dormentes nos signos obscuros
se perdem entre o significado e significando
poço que percorre os diversos mundos e as dimensões
de tão escuro que absorve toda a luz
Edson Bueno de Camargo
Publicado em 12 de Janeiro de 2008