Nem sempre a vida acolhe ou alimenta os nomes do passado, o seu abismo repetido num sonho, na mais lenta assombração, no mais íntimo sismo Do que chamamos alma. Não existo sem essa febre mansa que relembro enquanto as nuvens cobrem tudo isto com o frio escuro de um dezembro Longe de mim, de ti, de qualquer lei ou juízo a que dêmos um sentido: o que finjo saber é o que não sei e as palavras colam-se ao ouvido. Fernando Pinto do Amaral