Da margem do sonho e do outro lado do mar alguém me estremece sem me alcançar. Um bafo de desejo chega, vago, até mim. Perfume delido de impossível jasmim. É ele que me sonha? Sou eu a sonhar? Sabê-lo seria desfazer, no vento, tranças de luar. Nuvens, barcos, espumas desmancham-se na noite. E a vida lateja, longe, num outro lugar. Luísa Dacosta