Contigo ascenderei para colher a mais túmida estrela, seremos a luz, o espaço, o corpo azul da manhã. Pela chama de um nome diremos o mundo, a onda indissolúvel, o lis, a frescura. Com o corpo trémulo respirando, colheremos o linho, os perfumes, as luzes e as ametistas - os lábios tecendo as sombras ébrias, as pálpebras e a folhagem, as liras e o jasmim ardente; os cabelos fluindo, retendo sobre si, o bálsamo, as fábulas, o silêncio tecendo os lugares de veludo, a rósea combustão, a luz do orvalho, síntese suprema, génese de todas as manhãs Maria do Sameiro Barroso