Esquecerei primeiro a tua infância tal como a tenteariam os meus dedos nos teus dedos febris (depois da seda dos teus dedos nos dedos da manhã) e em cada rio o rio que se alevanta da solidão da terra à tua estrela desmedindo em silêncio o seu segredo na solidão do amor andante Esquecerei a casa o nome e a data (ou que a morte se vai se é ida a vida) para esquecer por fim que me esqueci na noite que partindo para chorar-te (de tão sem fundo intacta) me deixavas quando o sol se apagava atrás de ti Miguel Serras Pereira