Quatro cavalos Alheios à contemplação geral. Sem arreios e sem ginetes, livres. Os peitorais, colares, são sinal de augusta nobreza, não de doma. No amplo céu de Veneza, quase verdes em seus bronzes, entre os ouros do Duomo, estes cavalos vindos de Bizâncio não galopam nem dançam. Mas respiram. Estas narinas dizem que estão vivos e suam. As cabeças inclinadas falam, as patas altas espelhadas em parelhas revelam: vão partir. Marchando vão voltar para Bizâncio, deixando sobre a praça as quatro sombras. Izacyl Guimarães Ferreira