A virtude de Marco Aurélio Antonino era de um tipo mais austero e elaborado. Tratava-se do bem merecido fruto de muitas prelecções eruditas, de muitas leituras pacientes e de muitas elucubrações nocturnas. Aos doze anos adoptou o rígido sistema dos estóicos, que lhe ensinou a submeter o corpo à mente, e as paixões à razão; aconsiderar a virtude como o único bem, o vício como o único mal, e todas as coisas exteriores como indiferentes. (...) Foi severo para si próprio, indulgente ante as imperfeições dos outros, justo e beneficiente para toda a humanidade. Edward Gibbon, in Declínio e Queda do Império Romano, ed. D. M. Low, trad. Maria Emília Ferros Moura