Lábios que encontram outros lábios num meio de caminho, como peregrinos interrompendo a devoção, nem pobres nem sábios numa embriaguez sem vinho que silêncio os entontece quando de súbito se tocam e, cegos ainda, procuram a saída que o olhar esquece num murmúrio de vagos segredos? É de tarde, na melancolia turva dos poentes, ouvindo um tocar de sinos escorrer sob o azul dos céus quentes, que essa imagem desce de agosto, ou setembro, e se enrola sem desgosto no chão obscuro desse amor que lembro. Nuno Júdice