Fora de alcance
Pelos meridianos imaginários
viaja a noite sem medida
e se infiltra o dia.
Pelos mediterrâneos iluminados.
Uma aragem sopra
onde as bandeiras nas muralhas,
onde os códigos, as malhas das fronteiras.
Desde os confins da Terra sopra.
Sobre os equadores
de todas as divisas sopra,
sobre os estritos dicionários,
as praias restritas onde nada sobra.
Faz-se ventania,
clamor, vozerio sem letra
e desigual e sem destino,
que se desperdiça:
nos paralelos do deserto,
num parapeito de balcão.
Nos paradeiros mais incertos,
pelas margens opostas do paraíso.
Izacyl Guimarães Ferreira
Publicado em 30 de Maio de 2008