"Outros olhos e os mesmos: o amor diverso e idêntico no azul do peito." Ruy Espinheira Filho Nenhum olhar havia em teu olhar que não fosse de nuvens sobre o Sol. Um sol incógnito entre nuvens – tu, depois que tudo passa, permaneces. Enquanto multidões que te soterram revolvem-se à procura de si mesmas, eu cismo num torrão de balaustrada o castelo de nuvens que desejo: um soldado de chumbo, um potro alado, um cisne arisco, um quase girassol na solidão do campo de narcisos. Qualquer céu é lembrança de teu beijo. As nuvens se dispersam, todo o azul revela o Sol em ti. Mas tu és nuvem. Luís Antonio Cajazeira Ramos