Estrela cintilante! Eu seria tão inabalável quanto és ? Salvo no esplendor solitário com que sufocas as trevas, Enquanto observas com eterna indiferença, Qual um Anacoreta alerta e paciente, da Natureza, O refluxo das marés em sua sacerdotal tarefa De purificar os confins dos mares, toldados pelos homens, Ou, fitando através de límpidas e suaves lentes, A neve sobre as montanhas e sobre as urzes. Não -, embora inabalável; embora imutável como tu, Descansaria sobre um seio sereno de mulher, A fim de sentir, para sempre, suas curvas macias e sua tumidez, Desperto para sempre por delícias agitadas, A escutar cada vez mais o seu arfante suspirar, E assim, viver para sempre - ou então, agonizar até morrer. John Keats