Outrora era a cor do dizer Que encharcava em minha mesa o lado mais feio de uma colina Com um campo emborcado onde se sentava uma escola silenciosa E um retalho preto e branco de meninas que cresciam a brincar; Devo desfazer essas suaves vertentes marinhas do dizer Para que tudo o que graciosamente se afogou com o canto do galo subapara matar. Quando eu assobiava com os malandros à beira da represa do parque, Onde à noite apedrejávamos o frio e o cuco, Para os amantes enroscados na imoralidade de seus leitos de folha, A sombra de suas árvores emitia uma palavra de muitas formas E um clarão de relâmpago para o pobre em meio às trevas. Agora o dizer será meu desfazer, E desenrolo cada pedra como um carretel. Dylan Thomas, trad. Ivan Junqueira