a noite esconde o nome
Nas vastas águas que as remadas medem
tranquila a noite está adormecida.
Desliza o barco, sem que se conheça
que o espaço ou tempo existe noutra vida,
em que os barcos naufragam, e nas praias
há cascos arruinados que apodrecem,
a desfazer-se ao sol, ao vento, à chuva,
e cujos nomes se não vêem já.
Ao que singrando vai, a noite esconde o nome.
Jorge de Sena
Publicado em 15 de Julho de 2008