muda o rosto fica a tristeza pequeno erro de apenas se saber falar longos dias depois de se nascer. vão chegando os amigos repousam de cais em cais sabem na voz o alimento favorito dizem coisas impossíveis até à certeza do nosso sorriso seu bilhete de estadia. algo vivo molha os lábios: nunca um deserto foi tão sobre a praia a maré tão sobre os olhos como nas primeiras palavras silêncio que a voz respira com os dedos no olhar. cresce o corpo a incerteza: é como habitar uma jangada retirar água à boca se os lábios choram a sede por quem morrer perdendo as mãos? se ainda há peixes fugindo pelos muitos buracos da rede João Luís Barreto Guimarães