Que seria de mim se a convulsão do mar me transformasse em nuvem, se teus dedos não riscassem a giz o nevoeiro das aves para o encontro extemporâneo das árvores? Teus cabelos de oiro dos campos não me resolvem a angústia das tardes em lábios diluídos num beijo arenoso. Teus olhos de um verde profundo não bebem a sede azul das curvas do vento no esqueleto desta paisagem. Que seria de mim se não riscasses com os dedos o nevoeiro das aves? Luís Adriano Carlos