O último sol
(gentileza da Amélia Pais)
Alteia-se diante de mim
a torre de Kenzo Tange,
que volta para mim seus três sóis:
o sol negro do passado,
que já é qual lamparina apagada;
o sol do dia presente,
qual incêndio avermelhado.
E vejo o último sol,
o sol do sonho.
Dourado, certamente.
Mas este sol longínquo e inatingível
é também a antena de um radar.
Dois pequenos postigos discretos
formados por seus olhos.
Liubomir Levtechev, tradução de Attílio Cancian
Publicado em 16 de Julho de 2008