A casa da bruma
Entraram na casa da bruma.
Aos poucos seus olhos acomodaram-se
aos contornos imprecisos. Estava
tudo sombrio, era tudo difuso.
Também se viam um ao outro
sem contrastes, seus rostos não mudavam
suas expressões eram sempre as mesmas,
sempre encobertas pela mesma névoa.
Esqueceram-se do mundo que havia lá fora,
da luz, da dor, da alegria,
da mentira, a emoção, os beijos,
da amizade e do amor. Negaram
qualquer verdade ou perfil ameaçadores.
E ficou-se-lhes o coração ambíguo.
Amalia Bautista
Publicado em 14 de Agosto de 2008