início desocupado
Não estou presente ao começo
meu fim aproximado ao exato
esconderijo camuflado em palavras
ditas em línguas de encobrimentos
não me atormento pela ausência
ciente da oportunidade
jogada na lata de lixo:
o conhecimento faz a guarda
e sou prisioneiro
entre escamas e vísceras
peles e couros desprezados
não tenho espaço no matadouro próximo
e minhas necessidades são multiplicadas
em códigos sinalizados aos exteriores
não sou o louro da vitória
carregado fardo e descontrole
do lugar permitido aos arremedos
solitários: os esgares me fazem falta
e do fundo do novo me digo pronto
ao início desocupado.
Pedro Du Bois
Publicado em 25 de Agosto de 2008