O cordão que nos abre aos acres ventos de humidade e sombra, a luva dura nos abriga ou é que nos enforca, nos afoga? Mal saltamos à terra, dela nos soltam como às aves da espécie das galinhas. Mas o fantasma duma linha cinza, esse nos fecha os olhos e diz: saltai à corda. E é questão então a de saber se temos pés azuis ou sangue negro e goma que nos cape. O pé direito sobe, oh, que vitória, no verdadeiro ar. Mas que invisível fio o puxa e traz à pequenez do outro? Que terror canaliza cada comparação? De que margem, de que maresia mesmo o cheiro nos agrada? Que pátria e que dolores? Que malfeição? (Um aceno insular habita o nosso olhar. Uma pílula pink dá-se ao dente que a trinque. E que ternura é esta, rosa de sal, giesta, serra aberta de pinhas, toque de campainhas?) Pedro Tamen