(gentileza de Amélia Pais) O coração não pulsa a clave dura Cantando a rosa de si mesma urdida, Seu tempo esculpe a aurora sem medida Sobre as orlas da carne que amadura. Nenhuma fonte aqui nos inaugura Com a floração de água surpreendida, Revolvemos os campos onde a vida Pendoa-se e aos seus dias transfigura. Confluência de vento e flauta rústica, Em nosso lábio colhem outra acústica Os pássaros moldados pela tarde. Entanto, despojando-se de tudo O amor ainda se apura e, embora mudo, Faz do silêncio a fórmula de alarde. Affonso Celso D' Ávilla