Do rio de lisboa da luz a humidade o pó a turva e lava no rio vai de inverno lisboa o pó lavando Em rio vai de pó inverno achando com que mudar as ruas de lisboa vai passando lisboa na luz turva de inverno de humidade já lavada de novo a luz do rio a vai turvando de novo acha o inverno a humidade e novamente o pó com que lavá-Ia Vai mudando o inverno o pó das ruas de turva areia ardente em puro pranto o rio de lisboa do inverno da amargura o rouco pó lavando De areia de tristeza a humidade erva das praias rio vai mudado o inverno vai do rio correndo de lisboa turva ainda acaso a água dos clarões do pó clarões canção do pó que a luz arrasta Gastão Cruz