Não sei
não sei
se o nevoeiro não abrir
como posso eu encontrar caminhos
por entre esses silvados
as valas não as sinto
nem os chocalhos dão sinais
não seise o nevoeiro
que as árvores soltam-se do cinzento
só por momentos
o silêncio tapa-me a visão
não ouço o horizonte
posso ficar assim
parado sem medidas
flutuando entre o orvalho e a erva
silencioso e solto
Henrique Ruivo
Publicado em 3 de Setembro de 2008