Hesito muito antes da palavra. porque um precipício se abre nela e não tem sentido, vibra apenas. porque pode ser a morte ou o nascimento para um lugar de cores e fadas e barcos de sol. porque me doem as mãos cada vez que tento segurar o mundo em traços redondos quadrados. por isso te digo: hesito e morro e nasço. e corro para a rua com a força de quem vai anunciar gritar chamar dizer. mas lá fora sorrio apenas enquanto caminho para um banco de jardim, devagarinho, como se por um momento eu soubesse o nome de tudo e tudo tivesse o mesmo nome. Vasco Gato