II Na senda ondulada do asfalto alguma coisa te cria, inverte. São os traços convulsos da morte, a ladainha biológica que sabes. Cada descoberta que fazes é a antecipação do dia imediato, garras de aves esgaravatando o chão de sílica, em espamos, a conspiração acre e dolorosa de viver. No tempo estás fluído: a bússola que tens no coração volteja o teu infinito, é o teu sangue perdido, quando acaricias o destino em exaltação, escorrrendo neste rio que goteja na nascente - a aurora dos sábios - um líquido espesso e feroz que corrói os tecidos de cardos roxos, a película que volteja no ar fino adejando ao ritmo que compassas. Ergues-te sorridente e cais. Carlos Eurico da Costa